Cowboys From Hell é o quinto álbum de estúdio da banda norte-americana
de Heavy Metal chamada Pantera. O lançamento ocorreu em 24 de julho de
1990 com a produção de Terry Date. O álbum foi gravado em 1989 no Dallas
Sound Lab, em Irving, no Texas, nos Estados Unidos.
O Pantera havia sido formado no início da década de oitenta e possuía
uma orientação bastante focada no estilo conhecido nos Estados Unidos
como ‘glam metal’, cujos alguns expoentes foram Mötley Crüe, Poison e
Twisted Sister.
O Pantera era formado por Vinnie Abbott na bateria, seu irmão Diamond
Darrell Abbott na guitarra, Rex Brown no baixo e Terry Glaze nos vocais.
Com esta formação, a banda grava os álbuns Metal Magic (1983), Projects
In The Jungle (1984) – neste ponto o vocalista Terry Glaze passa a se
chamar Terrence Lee – e I Am The Night, de 1985. Todos com a sonoridade
baseada no ‘glam metal’.
O ano de 1986 trouxe ao cenário do Heavy Metal muitos lançamentos
importantes, especialmente na cena Thrash Metal norte-americana. Álbuns como Master Of Puppets (do Metallica), Peace Sells... But Who’s Buying? (do
Megadeth), Reign In Blood (do Slayer) e Among The Living (do Anthrax,
este lançado em 1987), foram marcantes para todos os fãs da sonoridade
mais pesada, além de impressionarem fortemente os membros do Pantera.
Assim, o Pantera resolve explorar essa sonoridade para seu próximo
lançamento, mesmo que de forma notadamente mais branda. O vocalista
Terrence Lee não fica satisfeito com estas intenções e decide deixar a
banda.
Após testar alguns vocalistas, o Pantera decide ficar com um cara de
Nova Orleans, chamado Phil Anselmo, que fora vocalista das bandas
Samhain e Razorwhite. Anselmo possuía um alcance vocal incomparavelmente
maior que seu antecessor e possuía muitas influências de consagrados
vocalistas de Heavy Metal, como Rob Halford (do Judas Priest) e Eric
Adams (do Manowar).
Com esta formação, a banda lança o álbum Power Metal, em 1988. O álbum
possui maiores influências de Thrash Metal, mas ainda está calcado na
sonoridade glam metal anterior. Assim como os álbuns anteriores, Power
Metal foi lançado pelo pequeno selo Metal Magic Records.
Logo após o lançamento de Power Metal, o guitarrista Diamond Darrell fez
um teste para ser membro do Megadeth. Só não foi aceito, pois insistiu
com o líder do Megadeth, Dave Mustaine, para que seu irmão, o baterista
Vinnie Paul Abbott também adentrasse ao grupo. Entretanto, Mustaine
havia acabado de contratar um baterista (Nick Menza) e a vaga para a
guitarra ficou com o ótimo Marty Friedman.
A sorte do Pantera começa a mudar quando o chefe da Atco Records, um
selo importante, Derek Shulman, passa a querer contratar a banda. Ele
envia seus representantes Mark Ross e Stevenson Eugenio para assistirem a
uma apresentação do grupo. Ross fica tão impressionado com o show que
liga na mesma noite para Shulman aprovando a indicação.
Assim a banda conseguiu um contrato coma Atco Records para seu novo
álbum. Nele, toda a sonoridade ‘glam metal’ seria definitivamente
abandonada e o grupo passaria a apostar em uma sonoridade mais pesada,
com bastante groove, e baseada nas linhas do Thrash Metal. Nos Estados
Unidos, a nova sonoridade do Pantera ficaria conhecida como ‘Groove
Metal’.
A arte da capa do álbum é bastante simples, contando com uma fotografia dos membros da banda dentro de um bar.
Abre o álbum um grande clássico da banda, a música homônima ao disco,
“Cowboys From Hell”. A faixa é baseada em um riff magnífico do
guitarrista Dimebag Darrell, demonstrando toda a nova sonoridade do
grupo.
Foi a primeira música escrita para o álbum. Anselmo conta que quando
Darrell mostrou o riff para ele, sentiu imediatamente que isto seria um
hino. As letras da música são uma referência para um grupo de caras do
Texas, um local não tão conhecido como o berço de bandas do gênero
metal, saindo para conquistar o mundo.
“Cowboys From Hell” foi lançada como single e alcançou a 31ª posição da
parada norte-americana. Em uma eleição do canal de televisão VH1 das
quarenta melhores canções de Heavy Metal a música ficou na 25ª posição.
A influência de Thrash Metal pode ser sentida na segunda faixa de
Cowboys From Hell, “Primal Concrete Sledge”. A faixa é uma verdadeira
porrada, contando com um riff rápido e um trabalho impressionante da
bateria de Vinnie Paul. Ótima faixa. Possui um videoclipe da
apresentação da banda em Moscou, da qual se trata mais abaixo nesta
resenha.
A terceira faixa do trabalho é “Psycho Holiday”. A música é um pouco
mais cadenciada que as faixas anteriores, mesmo tendo bastante peso. Há
um videoclipe da música que também foi lançada como single, mas sem
obter sucesso. Mesmo assim, é das preferidas dos fãs.
“Heresy” é a quarta faixa do álbum. É mais uma faixa que possui um riff
rápido, pesado e conta com ótimo trabalho da bateria de Vinnie Paul.
Nesta canção, Phil Anselmo não abusa dos vocais agressivos, apostando
mais em agudos.
O grande clássico da banda, “Cemetery Gates” é a quinta faixa do álbum.
Certamente, a balada é uma das canções mais famosas e conhecidas do
Pantera.
A faixa é belíssima, com um show de Phil Anselmo nos vocais e atuação
impressionante de Dimebag Darrell na guitarra, com solos extremamente
inspirados, com muito feeling e categoria.
As letras da música se referem ao impacto da morte de uma amiga e a
expectativa do reencontro com a pessoa no pós vida. Anselmo afirmou que
baseou a música em uma amiga que faleceu, mas trabalhou de forma que não
se ficasse muito piegas.
Há um videoclipe para “Cemetery Gates”, mas que decepa a introdução da
faixa, para adequar-se à televisão. Um pecado. Lançada como single,
alcançou a 18ª posição da parada dos Estados Unidos.
Uma das versões covers mais famosa para a canção foi tocada pelo Dream
Theater, na qual há participações de Russell Allen (Symphony X), Burton
C. Bell (Fear Factory) e Dave Mustaine (Megadeth).
“Domination” é a sexta faixa de Cowboys From Hell. A música conta com um
ótimo riff, inicialmente muito rápido, mas depois se torna mais
cadenciado. Há versões da canção por parte das bandas Apocalyptica e
Bullet For My Valentine, entre outras. Também possui um videoclipe
oficialmente lançado.
“Shattered” mantém o ritmo veloz do álbum, apresentando vocais de Phil
Anselmo com fortes influências de Rob Halford. Excelente atuação, mais
uma vez, de Vinnie Paul. “Clash With Reality” possui mais um bom riff,
sendo uma faixa pesada, mas não tem andamento tão veloz.
A próxima faixa é “Medicine Man” que tem um trabalho de baixo mais
destacado por parte de Rex Brown. Conta com mais um inspirado riff por
parte de Dimebag, excelente faixa. “Message In Blood” mantém o ritmo do
álbum, com outro riff poderoso e destaque para a seção rítmica da banda,
com outro trabalho muito bem feito.
“The Sleep” tem uma introdução suave e muito inspirada que se desemboca
em um riff típico de Dimebag, pesado e inspirado. Ótima atuação de
Anselmo. “The Art Of Shredding” fecha o álbum com mais um ótimo riff de
Dimebag em uma canção que combina velocidade e peso de maneira
interessante.
A Cowboys From Hell Tour começou com o Pantera tocando com bandas
renomadas da cena Thrash Metal, como a lendária banda californiana
Exodus e outras apresentações com o Suicidal Tendencies. Em 1991, Rob
Halford tocou com a banda no palco em uma apresentação na qual a banda
foi abertura para o Judas Priest, em sua primeira viagem à Europa.
Catapultados pelo sucesso do álbum, o Pantera foi escolhido para tocar
no famoso show “Monters In Moscow”, que reuniu mais de quinhentas mil
pessoas na capital russa para comemorar a abertura política na então
União Soviética, com a permissão de bandas do ocidente de se
apresentarem no país. Junto aos texanos, tocaram os gigantes Metallica e
AC/DC. Infelizmente, o show também ficou famoso pelos incidentes de
violência. A apresentação ocorreu meses antes do colapso da União
Soviética.
O álbum alcançou uma posição bem modesta na parada norte-americana,
117ª. Entretanto, foi o álbum que fez surgir um novo Pantera e que
mostrou o novo, e acertado, caminho pelo qual a banda deveria seguir.
Tanto que a banda considera “Cowboys From Hell” como seu álbum de
estreia e renega totalmente os lançamentos e a fase anterior, tornando
seus quatro primeiros álbuns itens de colecionadores.
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