História
O início (1967-1968)
Em 1967, Chris
Curtis, ex-baterista do The Searchers, contatou o empresário de
Londres Tony Edwards, na esperança de que ele conseguiria um novo grupo que
estava montando, para se chamar Roundabout. Eles se revezariam em torno
do baterista, como num carrossel. Depois de a ideia ter sido comprada
pelo produtor Tony Edwards, o primeiro músico a descobri-la foi o tecladista Jon Lord,
colega de Curtis nos The Flowerpot Men, onde
também tocava o baixista Nick Simper.
Era o
final dos anos 60, e Curtis estava metido até o pescoço no espírito da época.
Certa vez, Lord entrou no apartamento e encontrou as paredes cobertas de papel-alumínio.
Seu colega havia redecorado a casa para mudar o astral. Liga, desliga, cai na
estrada: Curtis desapareceu. O grupo achou um guitarrista - Ritchie
Blackmore, conhecia um baterista - Ian Paice
- que trouxe um colega da The Maze - o vocalista Rod Evans.
Com a saída de Curtis, acabou a ideia do rodízio e a banda precisava trocar de
nome. Em fevereiro de 1968, depois de queimar pestana em uma lista de nomes que
incluía o pomposo Orpheus, acabou vencendo o título da música favorita
da avó de Blackmore: Deep Purple.
O
primeiro disco, Shades of Deep Purple, foi lançado em
setembro de 1968. Recheado de regravações (incluindo versões progressivas de "Help!", dos Beatles, e
"Hey Joe",
de Jimi
Hendrix), o disco estourou nas paradas de sucesso dos Estados Unidos com
uma música de Joe South: "Hush", o primeiro single da banda.
Em dezembro daquele ano, quando o segundo disco (The Book of Taliesyn) já havia sido
lançado, eles fizeram sua primeira turnê na América, acompanhando o Cream.
Nessa turnê, além de visitar a mansão de Hugh
Hefner, criador da revista Playboy,
o grupo também descobriu que outro motivo de seu sucesso no Novo Mundo vinha do
nome da banda - o mesmo de uma droga então muito popular na Califórnia. O
segundo disco também trazia regravações, como "River Deep, Mountain
High" (sucesso na voz de Tina
Turner), "We Can Work it Out" (Beatles) e "Kentucky
Woman" (Neil Diamond). A composição "Wring That
Neck" (chamada de "Hard Road" nos Estados Unidos, pela violência
do nome) sobreviveu, no setlist do grupo, à extinção da primeira formação no
ano seguinte. Foi o veículo de algumas das mais inspiradas trocas de solos
entre Blackmore e Lord.
Em 1969,
Blackmore e Lord estavam descontentes com a sonoridade do grupo. Ambos queriam
experimentar mais com volume e eletricidade, mas consideravam que a voz de
Evans não acompanharia as mudanças. O terceiro disco do grupo, chamado Deep Purple, reflete a tensão de uma banda
que tinha os pés no rock inglês dos anos 60 e a cabeça em algo que ainda estava
por ser criado. Sob convite do baterista Mick Underwood, em 24 de junho,
Blackmore e Lord foram conferir uma apresentação do grupo Episode Six, de cujo vocalista (Ian Gillan)
o ex-colega de Blackmore havia falado muito bem. Os dois membros do Deep Purple
chegaram a subir ao palco para uma jam. Começou aí o mês mais tenso e
criativamente decisivo em toda a carreira do Deep Purple.
Blackmore,
Lord e Paice combinaram um teste com Ian Gillan. Ele levou seu amigo Roger
Glover, baixista também do Episode Six. Juntos, os cinco gravaram o single
"Hallellujah", no dia 7 de junho. Aprovados os dois, o Deep Purple
passou a ter vida dupla. Durante o dia, a segunda formação ensaiava no Hanwell
Community Centre; à noite, a primeira formação continuava se apresentando como
se nada estivesse ocorrendo. Evans e Simper não sabiam o que estava por
acontecer até a véspera da estreia da fase II nos palcos, em 10 de julho. A
situação era tão maluca que, em 10 de junho de 1969, Episode Six e Deep Purple
se apresentaram em bailes de Cambridge. O Deep Purple fez onze apresentações
entre a escolha dos novos membros e a estreia da nova fase; o Episode Six,
oito. Mas Gillan e Glover ainda fizeram outros quatro shows para cumprir
contrato com o E6 até o dia 26 de julho, intercalando com os três primeiros
shows da fase II.
Os
projetos que já vinham ocorrendo, porém, continuaram. O terceiro disco tinha
acabado de ser lançado na Inglaterra quando a nova formação, com sua proposta
sonora mais ousada, estreou. Jon Lord também estava finalizando seu Concerto for Group & Orchestra,
que seria apresentado no Royal Albert Hall, com a Royal Philharmonic Orchestra,
no dia 24 de setembro. Nesse dia, além de mostrarem o novo tipo de composição
idealizado por Lord (unindo as linguagens da música erudita e do rock), os
ingleses de todas as classes sociais conheceram "Child in Time",
composta ainda em Hanwell. A composição mostra tudo o que a nova formação
trazia de novo em relação à anterior: mudanças de ritmo, solos poderosos,
gritos de banshee. O novo Deep Purple era elétrico e explosivo, e isso ficaria
muito claro no primeiro disco da nova formação - In Rock, lançado em junho de 1970. Os
ingleses puderam conhecer faixa por faixa do novo disco via BBC durante os
vários meses que levaram ao lançamento. Conheceram inclusive faixas inéditas,
como "Jam Stew", e uma versão primitiva de "Speed King"
chamada "Kneel and Pray", com uma letra completamente diferente e
muito mais maliciosa do que a conhecida e cantada até hoje.
O segundo
disco da fase II foi Fireball, que mantém a eletricidade mas
envereda por um caminho mais experimental. Até um country ("Anyone's
Daughter") o disco inclui, ao lado de longos instrumentais como os de
"Fools" e canções mais próximas das que havia no disco anterior, como
"Strange Kind of Woman". Os shows da turnê de 1971, disponíveis
apenas em gravações piratas, mostram uma banda mais madura e mais ousada. É
nessa turnê que Ian Gillan começa a fazer duelos de sua voz com a guitarra de
Blackmore, por exemplo.
Conquistando o mundo
O passo
seguinte na experimentação do Deep Purple seria gravar um disco de estúdio
feito nas mesmas condições de uma apresentação ao vivo. Todos juntos, num mesmo
ambiente, criando e gravando juntos como nas longas jams instrumentais que eles
faziam no palco. Eles já tinham algumas músicas quase prontas: "Highway
Star" começou a ser criada dentro de um ônibus, quando um jornalista
perguntou como eles criavam suas músicas. Blackmore disse: "assim", e
começou a tocar um riff agitado. Gillan entrou na farra e começou a improvisar
uma letra: "We're on the road, we're on the road, we're a rock'n'roll
ba-and!". Em setembro, a primeira versão do que seria "Highway
Star" já estava começando a ser experimentada no palco e no programa de TV
alemão Beat Club. É dessa apresentação que vem o clipe de "Highway
Star" em que Blackmore usa um chapéu de bruxo e Gillan balbucia palavras
sobre Mickey Mouse e Steve McQueen. "Lazy" é outra canção que começou
a ser testada no palco antes de ir ao estúdio.
A
formação clássica do Deep Purple, em 1971. Da esquerda para direita: Jon Lord,
Roger Glover, Ian Gillan, Ritchie Blackmore, Ian Paice
Em dezembro
de 1971, eles haviam achado o local certo para criar e gravar esse disco:
Montreux, na Suíça, onde até hoje ocorre um famoso festival de jazz. O melhor
lugar para gravar seria o grande cassino da cidade, onde tradicionalmente havia
apresentações musicais. O cassino ainda não estava liberado para o Deep Purple
quando eles chegaram - faltava uma última apresentação, de Frank
Zappa, para encerrar a temporada. O grupo, então, foi assistir ao show.
Zappa sempre foi um inovador do rock, e naquela apresentação em especial ele
usava um sintetizador de última geração. No meio do show, alguém põe fogo no
cassino. A música pára. Zappa grita: "FOGO! Arthur Brown, em pessoa!" e orienta os
presentes a deixar o cassino calmamente. Em entrevistas, Roger Glover conta que
todos realmente estavam calmos - o suficiente para que ele próprio ainda pudesse
dar uma olhada no sintetizador antes de sair do prédio. Enquanto isso, Claude Nobs, que até hoje organiza
o Festival de Jazz de Montreux, corria de um lado para o outro para tirar
alguns espectadores de dentro do cassino.
O grupo
foi transferido para o Grande Hotel de Montreux. No inverno, ele estava vazio,
era frio e todos os móveis estavam guardados. Eles estacionaram do lado de fora
a unidade móvel de gravação dos Rolling Stones, puxaram alguns fios, instalaram
confortavelmente seus instrumentos nos corredores do hotel e começaram a
ensaiar. O resultado é que até hoje todos os shows do Deep Purple contêm ao
menos quatro das sete músicas do disco Machine Head, lançado em 1972.
A
história inteira da gravação é contada em poucas palavras na música "Smoke
on the Water", a última a ser gravada no disco. Blackmore havia criado um
riff que não fora usado, apelidado então de "durrh-durrh". Não havia
letra. Então veio a ideia de escrever sobre o que acontecera na gravação do
disco. Gillan afirma que eles estavam num bar quando Roger Glover escreveu num
guardanapo o título da música (que significava "fumaça sobre a água",
uma boa descrição da fotografia que um jornal publicou no dia seguinte ao
incêndio). Glover diz que a expressão lhe surgiu em um sonho e que Gillan lhe
respondeu: "não vai rolar; parece nome de música sobre drogas, mas nós
somos uma banda que bebe". Nenhum deles apostava que passaria mais de
trinta anos tocando "durrh-durrh" toda noite, tamanho o sucesso que a
música alcançou. Apesar de ter sido gravada em dezembro, ela só entrou no
setlist em 9 de março, num show na BBC. Essa primeira apresentação consta de In Concert 1970-1972.
O ano de
1972 é movimentadíssimo, e nele o Deep Purple chegou pela primeira vez ao Japão, onde foi
gravado seu mais famoso disco ao vivo, Made in Japan. Na Itália, o grupo também
preparava a gravação de Who Do We Think We Are. O ritmo de
trabalho da banda, porém, custou caro a eles. Por diversas vezes, membros do
grupo ficaram doentes. O guitarrista Randy California chegou a
substituir Blackmore em um show, e Roger Glover substituiu Gillan em outro. Os
relacionamentos entre os membros - e especialmente entre Gillan e Blackmore -
também não iam bem. Em dezembro, Gillan entregou seu pedido de demissão,
avisando que deixaria o grupo no final de junho de 1973, dando aos empresários
e aos colegas seis meses para decidir o que fazer do grupo.
Tempo de mudanças
Em 29 de
junho de 1973, na segunda viagem do grupo ao Japão e após um show impecável, em
que Jon Lord incluiu o "Parabéns a Você" para Paice em seu solo de teclado
(era o aniversário do baterista), Ian Gillan volta ao palco e avisa que seria o
último show do Deep Purple com aquela formação. Durante o show, não havia
nenhum outro sinal de desgaste. Em retrospecto, o silêncio de Gillan na hora de
cantar o verso "no matter what we get out of this" ("não
importa o que possamos tirar disso") em "Smoke on the Water"
podia indicar que tudo o que ele poderia tirar daquilo já havia acabado. Glover
também deixou o grupo, passando a se dedicar à produção, no departamento
artístico da Purple Records - a gravadora do grupo.
O
primeiro novo integrante recrutado para o Deep Purple, logo após o fim da fase
II, foi o baixista Glenn Hughes, que cantava e tocava baixo no grupo Trapeze. A dupla
habilidade empolgou Blackmore e Lord, mas ele não seria deixado sozinho nos
vocais. O plano do Deep Purple era buscar a voz de Paul
Rodgers (ex-Free, ex-Bad Company). Após um primeiro contato, ele
pediu um tempo para pensar e decidiu continuar com sua banda na época, o então
Free. Enquanto seguia a busca pelo novo vocalista, Blackmore e Hughes iam se
conhecendo e tocando juntos. O que se tornaria o blues "Mistreated",
sem a letra, foi composto nessa época.
A
hipótese de tocar o grupo com apenas quatro membros foi cogitada, mas a ideia
de ter dois vocalistas falou mais alto. Com essa ideia nas ruas, os empresários
do Deep Purple não paravam de receber fitas de novos artistas. Uma delas fora
enviada por um rapaz de vinte e um anos , que cantava desde os quinze
anos : David Coverdale. Sua banda e o Deep Purple já
haviam cruzado caminhos em novembro de 1969, num show na Universidade de
Bradford, quando Gillan e Glover haviam acabado de entrar para o Deep Purple. O
teste de Coverdale ocorreu em agosto de 1973. Durante seis horas, eles tocaram
material do Deep Purple e canções mais conhecidas, como "Long
Tall Sally" e "Yesterday". Quando Coverdale foi para casa, o
restante do Deep Purple saiu para beber e decidiu: era o gordinho mesmo (nos
meses seguintes, os empresários da banda lhe dariam alguns remédios para afinar
a aparência).
Em 9 de
setembro, o novo grupo se trancou por duas semanas no Castelo de Clearwell para
compor. Empolgadíssimo, Coverdale - cuja experiência de palco era apenas com a
gravação de demos - escreveu quatro letras diferentes para a música que seria
"Burn". Uma delas se chamava "The Road". No dia 23, um dia
depois de Coverdale completar vinte e dois anos, a fase III foi apresentada à
imprensa inglesa. Em novembro, foi gravado o disco Burn, novamente em Montreux, com a mesma
unidade móvel dos Rolling Stones com que foi gravado Machine Head. A
nova equipe estrearia no palco em 8 de dezembro, na Dinamarca. Era a estreia da
fase III do Deep Purple. O disco só sairia em 1974.
O som da
nova formação era marcado pela maior velocidade e técnica de Blackmore na
guitarra e pela tensão entre os dois cantores. No estúdio, os duetos eram
perfeitos. No palco, Hughes punha a trabalhar toda a potência de seus pulmões
sempre que podia, muitas vezes chegando a intimidar Coverdale. O baixista e
cantor também acrescentou à receita do Deep Purple uma boa pitada de tempero de
soul e funk - que
Blackmore aceitou inicialmente a contragosto, por entender que apesar de este
estilo estar nas paradas de sucesso da época, não fazia parte, até então, dos
elementos constitutivos do som do Deep Purple.
Em 6 de
abril de 1974, o grupo se apresentou na Califórnia, Estados Unidos, para uma
plateia de duzentos mil pessoas - era o festival California Jam, que
duraria doze horas e seria liderado pelo Deep Purple. O show, e particularmente
o mau humor de Blackmore com o fato de ter de começar a tocar antes do
anoitecer com câmeras em cima do palco, ficou famoso por ser explosivo: o
guitarrista destruiu uma câmera em funcionamento com sua guitarra e, não
contente, explodiu um amplificador. A silhueta do guitarrista em frente às
chamas do amplificador é uma das cenas mais poderosas de toda a iconografia do
rock. Trinta anos depois, Josh White, diretor de filmagens do evento, lembrou
de como ele pode tê-lo induzido a isso:
Deep
Purple em San Franscico, Califórnia, em janeiro de 1985.
"Eu
falei com ele na noite anterior. O Deep Purple fez um ensaio técnico, e eu
perguntei se ele ia quebrar a guitarra dele. E Richie disse: 'sim, talvez. Sei lá,
que merda'. Ele estava meio puto com várias coisas que não tinham nada a ver
comigo. E eu disse: 'Veja, se você for quebrar a guitarra, privilegie a câmera.
Vou fazer uma bela filmagem e vai ficar genial'. E ele privilegiou bem a
câmera, gerando US$ 8 mil de prejuízo."
A
terceira formação do Deep Purple acabaria um ano depois de California Jam, em 7
de abril de 1975, uma semana antes de Blackmore completar trinta anos de idade.
Era a turnê de lançamento do disco Stormbringer na Europa. Com ainda mais
balanço soul/funk, o disco desagradou bastante a Blackmore. Ele já tinha
algumas ideias na cabeça, e ao sair já tinha uma nova banda formada: o Rainbow.
Restava ao grupo o dilema entre continuar sem Blackmore - o criador de todos os
riffs que tornaram o Deep Purple famoso - ou partir para outra, aproveitando
que o grupo era um dos mais lucrativos de toda a história do rock.
Decidiram
continuar, convidando o guitarrista Tommy
Bolin, o primeiro norte-americano a fazer parte do grupo. Com essa formação
(fase IV), gravam o disco Come Taste the Band, ainda mais suingado. A
turnê é complicada, um tanto devido aos problemas de Bolin e Hughes com drogas.
Em vários shows, como o registrado em Last Concert in Japan, Bolin não
conseguia tocar porque seu braço estava anestesiado de drogas. Garotos
talentosos, de vinte e poucos anos, ao entrar em uma máquina de fazer dinheiro
na indústria do entretenimento, correm o sério risco de perderem o senso de
proporção. Foi o que ocorreu na época.
Bolin
tinha dois agravantes: insegurança e baixa auto-estima. Tudo isso apesar de ter
gravado belíssimos discos solo, ser considerado um gênio da guitarra e ter
tocado com magos do jazz
como o baterista
Billy
Cobham. Bolin não suportava ser comparado pelos fãs aos carismáticos
antecessores que teve em grandes grupos de rock. O Deep Purple era a segunda
vez em que ele substituía um grande guitarrista - anteriormente, havia tocado
na James
Gang. No Deep Purple, ele chegou a discutir com a plateia por algumas
vezes, durante apresentações.
O fim
Ao final
do show de 15 de março de 1976, em Liverpool, David Coverdale desabafa com Lord:
não havia mais clima para continuar com o Deep Purple. Lord desabafa de volta:
não havia mais um Deep Purple para continuar. Acabou assim, em clima de
confidência, a banda criada oito anos antes e que chegou a figurar no Guinness
dos recordes como a mais barulhenta do mundo. Oito meses depois, Bolin morreria
de overdose no Resort Hotel de Miami, após uma apresentação. E durante oito
anos o Deep Purple permaneceria fora do ar.
Nesse
período, os membros da banda fariam suas próprias carreiras e plantariam as
bases para os futuros desenvolvimentos do Deep Purple. Por ordem de saída:
- Ian Gillan - Depois de um breve período de reclusão em que vendeu motos e tentou ter um hotel, foi resgatado para os palcos por Roger Glover e sentiu-se animado o suficiente para criar sua própria banda, a Ian Gillan Band. Numa espécie de jazz-rock, seguiu até o início dos anos 80. Em 1982, dissolveu a banda, para no ano seguinte gravar um disco com o Black Sabbath: Born Again.
- Roger Glover - Inicialmente, permaneceu próximo à Purple Records e foi quem mais teve contato com todos os galhos da gigantesca árvore genealógica do Deep Purple. Dois anos depois, conseguiu juntar no mesmo palco os melhores músicos da Inglaterra (muitos deles membros ou ex-membros do Deep Purple, ou seus colegas em outras bandas), no musical Butterfly Ball. Foi a primeira aparição pública de Ian Gillan após o fim do Deep Purple, substituindo Ronnie James Dio (que cantava no Rainbow de Blackmore e passaria depois pelo Black Sabbath). Produziu outras bandas, gravou dois discos solo e voltou a tocar baixo no Rainbow de Blackmore.
- Ritchie Blackmore - Com o Rainbow, teve uma das bandas de hard rock de maior sucesso do final dos anos 70 e início dos anos 80, apontando o holofote para músicos como Joe Lynn Turner e Don Airey, que anos mais tarde participariam do Deep Purple. Roger Glover chegou a tocar com ele.
- David Coverdale - Após dois discos solo, formou o Whitesnake e invadiu as paradas de FM dos anos 80. Na banda, tocou com Jon Lord e Ian Paice. De quando em quando, reúne o Whitesnake para turnês.
- Jon Lord - Teve uma carreira solo interessante, misturando suas várias influências musicais (clássico, rock e jazz). Compôs trilhas sonoras de filmes com Tony Ashton e os dois se juntaram a Paice para o projeto Paice, Ashton e Lord. Mais tarde, uniu-se a Coverdale no Whitesnake. Depois de lutar contra um câncer, Lord veio a falecer em 16 de julho de 2012.
- Ian Paice - Tocou com diversos músicos, inclusive com Gary Moore, além de Paice, Ashton e Lord e Whitesnake.
- Glenn Hughes - Reuniu o Trapeze, gravou vários discos solo, tocou com Gary Moore e Pat Thrall, lutou consigo mesmo para se livrar das drogas, cantou no Black Sabbath e mais recentemente gravou dois discos com o também ex-Deep Purple Joe Lynn Turner: o Hughes-Turner Project (HTP).
O recomeço
Deep
Purple em Berlim,
2003.
Em 1984, é
anunciada a volta do Deep Purple com a sua formação de maior sucesso (fase II),
com Gillan, Blackmore, Paice, Glover e Lord. É lançado o primeiro disco de
inéditas desde 1975, chamado Perfect Strangers, que foi seguido
por The House of Blue Light, de 1987. Das
turnês destes dois discos, sai o ao vivo Nobody's Perfect, lançado em 1988. Em
1989, Gillan decide sair novamente da banda, e em seu lugar entra o vocalista Joe
Lynn Turner, (ex-Rainbow). Com esta nova formação, a banda saiu em
uma bem-sucedida turnê que foi muito bem elogiada pelos fãs. Embora o novo
álbum com Turner, Slaves and Masters, tenha sido
comercialmente fraco, a sua turnê não foi. Os shows foram marcados por
performances impecavéis da banda e pela excelente presença de palco do
vocalista Joe Lynn Turner. Vale lembrar que nessa turnê, o Deep Purple veio ao
Brasil pela primeira vez. O set-list continha clássicos da época de Coverdale,
e muitos que a banda não tocava há algum tempo.
A banda
termina a turnê no fim de 1991, e em abril de 1992, começa a gravar o que se
tornaria o álbum The Battle Rages On.... Este álbum foi
inicialmente gravado e escrito com Joe Lynn Turner ainda na banda, mas no meio
de setembro de 1992, Joe é despedido do grupo e em seu lugar entra novamente
Ian Gillan, que termina o que restou do The Battle Rages On...,
regravando-o com sua voz. O álbum foi lançado em 1993.
Em
dezembro de 1993, após a saída de Ritchie Blackmore devido a conflitos
constantes sobre o estilo musical a ser seguido, o guitar-hero Joe
Satriani foi convidado a integrar a banda e juntou-se ao Purple para
participar da turnê internacional pelo Japão. Com o sucesso dos shows, Satriani
foi convidado pelos demais integrantes para permanecer como membro efetivo
dela, mas declinou, mais preocupado com sua carreira solo e com o contrato para
um álbum assinado com a Sony. Antes disso, entretanto, ainda chegou a participar da
turnê europeia como guitarrista da banda em 1994, fazendo seu último show com a
banda em julho, na Áustria. Após este concerto, Satriani deixou o Purple e cedeu
o lugar para o guitarrista Steve Morse, que já havia integrado as bandas Dixie
Dregs e Kansas. Steve Morse é o guitarrista do Deep Purple
até os dias de hoje.
A banda
se revitaliza e volta com o Purpendicular,
de 1996, trazendo novos elementos, porém valorizando os desafios entre
guitarras e órgão que fizeram a base musical do estilo do Deep Purple. Segue o
razoável Abandon
em 1998. Em 2002, o tecladista Jon Lord decide abandonar a estrada, e em seu
lugar entra Don
Airey, um tecladista que passou por diversas bandas de hard rock, entre
elas, o Rainbow, de Ritchie Blackmore e o Whitesnake,
de David Coverdale, além de Ozzy
Osbourne. Com Airey, Gillan, Morse, Glover e Paice são lançados os discos Bananas, em 2003, e Rapture of the Deep, em 2005.
Em 2012,
o Deep Purple anunciou que vai entrar em processo de produção de um novo disco
de estúdio, o primeiro desde 2005.
Em 16 de
julho de 2012, o tecladista Jon Lord falece. Ele lutava há quase um ano contra um
cãncer no pâncreas. Vários músicos de renome expressaram sua tristeza acerca do
ocorrido, tais como Geezer Butler, David
Coverdale, Lars Ulrich, Tony Iommi,
Mike
Portnoy, Axl
Rose, Slash, Bill Ward,
Jordan Rudess, além de sua antiga banda, o próprio Deep Purple.
O melhor riff da história do rock
Em abril
de 2008, os alunos da London Tech Music School,
uma das mais conceituadas escolas de música da Grã-Bretanha
e de onde saíram integrantes de bandas como o Radiohead, The Kinks
e The Cure,
elegeram o clássico "Smoke on the Water", um dos maiores
sucessos da banda, como o maior riff de todos os tempos na história do rock, na frente de outros
clássicos como "Whole Lotta Love" do Led
Zeppelin, "My Generation" do The Who,
"Born To Be Wild" do Steppenwolf
e "Iron Man" do Black
Sabbath.
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