quinta-feira, 23 de maio de 2019

MASQUERADE





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A década de 90 não foi fácil para ninguém quando o assunto se trata de Heavy Metal. Após o Grunge, o estilo não era dos mais populares em matéria de vendagens e muitos grandes nomes do estilo fizeram mudanças na sonoridade para se adaptarem à realidade e se manterem vivos. Ao mesmo tempo, muitas das que não se adaptaram acabaram encontrando seu fim. Dentro de tal realidade pavorosa, o Running Wild pode ser considerado um ponto fora da curva.
Em momento algum o quarteto comandado por Rolf Kasparek se dobrou à pressão externa e continuou praticando sua sonoridade tradicional, álbum após álbum, sempre com ótimos resultados e fazendo a alegria de seus fãs. Por mais que posteriormente as coisas tenham se estagnado um pouco e a qualidade dos trabalhos tenha tido um decréscimo, em “Masquerade” podemos encontrar a banda ainda em seu auge (ou ao menos chegando a seu final).
A primeira coisa que chama a atenção é que, pela primeira vez desde “Branded and Exiled” (1985) e “Under Jolly Roger” (1987), o Running Wild conseguiu fazer dois trabalhos seguidos com a mesma formação (descontando aqui o álbum de regravações “The First Years of Piracy”), ou seja, com Rolf (vocal/guitarra), Thilo Hermann (guitarra), Thomas “Bodo” Smuszynski (baixo) e Jörg Michael (bateria). Essa formação ainda emplacou um terceiro álbum (“The Rivalry” [1998]), um recorde em se tratando do conjunto alemão, já que a rotatividade de músicos sempre foi alta. O segundo fator a despertar a atenção é que buscaram em trabalhos passados a inspiração para o que escutamos aqui.
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Alguns podem entender isso como estagnação. Eu entendo como respeito ao fã. Escutar “Masquerade” é fazer uma verdadeira viagem pela carreira dos piratas alemães, é se deparar com o clima épico de “Death Or Glory” (1989), com os riffs mais agressivos de “Under Jolly Roger”, com as melodias de “Port Royal” (1988) ou com canções que poderiam ter entrado sem problema algum nos três trabalhos que o antecederam, “Blazon Stone” (1991), “Pile of Skulls” (1992) e “Black Hand Inn” (1994). Mas se pensarmos que entre 1984 e 1995, lançaram praticamente um álbum por ano, em um ritmo frenético de produção, tal pegada pode ser explicada.
Chama a atenção aqui o peso imprimido nas gravações. Talvez tenhamos algumas das faixas mais pesadas da carreira do Running Wild, como a enérgica e quase Speed “Masquerade” e “Demonized”, com sua pegada mais Metal tradicional. Aliás, vale destacar o trabalho da dupla formada por Rolf e Thilo Hermann, que em diversos momentos deixa bem explícita a influência de nomes como Iron Maiden e Thin Lizzy nas estruturas melódicas das canções. Vide por exemplo, a enérgica e épica “Lions of The Sea” ou “Rebel At Heart”, com um ótimo riff e que é dessas canções para se cantar junto, caso também de “Metalhead”. Já músicas como “Men In Black” e “Underworld” têm uma pegada bem Power e poderiam estar em álbuns como “Blazon Stone” e “Pile of Skulls”.
A produção foi feita pelo próprio Rolf, tendo a mixagem ficado a cargo de Gerhard Woelfe (Coroner, Paradise Lost, Pink Cream 69), sendo uma das melhores do Running Wild até então. Já a capa, seguindo a tradição dos trabalhos anteriores, foi feita pelo grande Andreas Marschall (Blind Guardian, Grave Digger, Hammerfall, In Flames, Kreator, Obituary, Rage, Sodom) e se destaca.
Mantendo a qualidade dos álbuns anteriores, temos aqui velocidade, agressividade e melodias, ou seja, tudo que se espera de um álbum do Running Wild. Um álbum de Heavy Metal, como todos deveriam ser

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